SEMIÓTICA INSTITUCIONAL: O Marketing e a prospecção da Identidade para formar e forjar o futuro da PMESP!

Fonte: http://www.piritubanos.com.br/2.0/index.php/carreira-militar/373-curso-de-formacao-de-oficiais-carreira-militar

A identidade de qualquer Instituição, seja pública ou privada, forma-se através de um cuidadoso, estratégico e historiográfico processo de construção de sua Imagem perante a sociedade. Para tanto, tais entidades utilizam o Marketing para o fomento de tal mister, utilizando-se de operações empáticas para entender e cativar seu cliente, como ensina Peter Drucker. Neste diapasão, o produto principal ofertado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) é garantir a segurança da sociedade, através da preservação e manutenção da ordem pública.

Sinteticamente, a PMESP oferta 2 prestações de serviço público aos paulistas. Um deles, de natureza mensurável, refere-se às atividades repressivas imediatas, atuando na cessação de qualquer prática de infração. A outra atividade, com ênfase preventiva, encontra guarida nas atividades de policiamento ostensivo, transmitindo sensação de segurança e inibindo, através da ação de presença própria e/ou imprópria, qualquer conduta infratora.

Considerando os 2 elementos informacionais retro apresentados, a PMESP deve possuir uma política pública sedimentada na construção de uma Imagem institucional compatível com suas principais atribuições, o Marketing realizado deve garantir que o ingresso à fileiras desta quase bicentenária Força Pública bandeirante garanta futuro integrantes com perfil mínimo compatível com a profissiográfia do cargo , afim de garantir a consecução de suas obrigações como autoridade pública, identificada pelo simbólico fardamento, conforme juramento imposto a esses profissionais ao envergar, pela primeira vez, o uniforme.

Para tanto, a divulgação do processo seletivo para ingresso na Instituição deve utilizar o Marketing compatível com os conhecimentos, habilidades e atitudes, ou seja, da competência  mínima necessária ao desempenho do ulterior labor, cativando o interesse de candidatos que, além de superar o certame, possa desenvolver sua potencial competência nos bancos escolares dos Órgãos de Apoio e Ensino Superior da Instituição.

Neste condão, a Semiótica  pode se constituir numa importante ferramenta metodológica para compreender o efeito que a imagem pode provocar no imaginário daquele que recebe a informação visual, considerando todos os reflexos das interfaces que compõem a Teoria da Comunicação na contemporaneidade.

Relação Semiótica
(Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/11296/11296_5.PDF

O elemento norteador da Semiótica como teoria de pesquisa científica para a produção de uma imagem é o Signo, vértice fundamental do componente explicativo que garante o objeto de compreensão no processo comunicativo . Considerando o Signo “Polícia Militar do Estado de São Paulo”, bem como seus dísticos, slogans e demais insumos identificativos, tal elemento deve representar imediatamente o cumprimento de suas funções constitucionais doravante citadas, especialmente conectadas como os vocábulos “segurança pública” (elemento perceptivo e sensitivo ) e “ordem pública” (elemento combativo da disruptura da lei e do ordenamento jurídico, via a prática de ato infracional ).

Simbolo PMESP como Signo Institucional
(Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_Militar_do_Estado_de_S%C3%A3o_Paulo)

O segundo componente da tríade sinalagmática é o Significado, ou seja, o elemento interpretativo verbal ou não verbal que atribui conexão de existência e entendimento do Signo . Todos os elementos comunicativos são potenciais difusores de significância, influindo na manutenção ou no enviesamento do elemento principal. In Thesis, o Marketing institucional ficado no processo seletivo para ingresso na PMESP, seja na carreira de Oficiais ou de Praças, deve transmitir dados e informações sensoriais que cooptem candidatos com potencial perfil para se formarem em profissionais que garantam a segurança e ordem pública. Assim, a estereotipia dos interessados devem estar correlacionada com aptidões claramente apresentadas aos valores expressos no Regulamento Disciplinar da PMESP. Qualquer imagem ou expressão que não se conecte exclusivamente com a deontologia policial-militar permite uma perigosa desconexão na relação de oferta de vagas com perfil específico e a demanda da plêiade de candidatos interessados, meramente, no ingresso ao serviço pública, os chamados “concurseiro ”. Tal disjunção conduz a uma inexorável atrição entre o empossados e a Instituição, resultando na desistência ou na superficial formação do Policial Militar, tendente a desvios de conduta quando imerso nos complexos problemas atrelados aos 2 elementos retrocitados ao Signo (segurança e ordem pública).

Por fim, o Significante é o ser humano, responsável por atribuir o Significado ao Signo . Nessa seara, o receptor do processo comunicativo já possui percepções prévias a Imagem de uma Instituição, contribuindo diretamente para o reforço e aceitação da informação verbal e/ou não verbal, bem como seu rechaçamento e negativa, influindo na própria credibilidade do serviço a ser prestado pela entidade. Embora não tenhamos pesquisas científicas longitudinais sobre o Imaginário popular acerca da marca “PMESP”, sustenta-se hipoteticamente que as carreiras militares imiscuem a percepção de que seus integrantes sejam imbuídos do chamado “Ethos Guerreiro”, academicamente combatida (por uma perspectiva enviesada) mas socialmente aceitável, desde que correlacionado aos limites do uso da força, legalmente previsto no artigo 234 do Código de Processo Penal.

Considerando toda a complexidade permeada no serviço policial-militar, especificamente aquela exigida aos profissionais que, voluntariamente, escolhem essa carreira no Estado de São Paulo, torna-se medida essencial o suporte mínimo da pesquisa científica para a  idealização profissiográfica de seus integrantes. Para tanto, desde o processo seletivo, deve-se propalar uma imagem compatível com os desafios, vicissitudes e agruras desta valorosa missão. Estratégias equivocadas de Marketing podem cooptar a massa juvenil integrante da geração Z  que, por seu perfil desalinhado às aptidões policial-militares, contribuirá incisivamente para o exponencial turnover que, atualmente, se apresenta como um dos maiores desafios da Instituição. A quantidade necessária ao preenchimento dos quadros de efetivo não pode se sobrepor ao paradigmático perfil desejado ao integrante da Polícia Militar do Estado de São Paulo que jura, com o sacrifício da própria vida. Defender a sociedade e proteger o cidadão paulista.

Autores:
Maj PM Wanderley TUROLLA Alves Cardoso
Maj PM ORIVAL Santana Júnior
Maj PM DEMÉTRIUS Gomes Lopes
Maj PM Eduardo MOSNA XAVIER

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