NARCO-ESTADOS, CARTÉIS E TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS: uma realidade global!

Nesta quinta-feira, 23 de novembro (dia de ação de graças nos Estados Unidos), recebemos o Sr JOHN SULLIVAN (policial aposentado da Califórnia, com vasta experiência em operações de contra terrorismo, ações contra motins, combate contra armas químicas e de crimes correlatos, com publicações de livros e artigos a respeito) para nos informar sobre narco-estados, cartéis e trafico internacional de drogas. Sem sombra de dúvidas, o assunto é de interesse estratégico para a Polícia Militar e Polícia Civil do Estado de São Paulo, já que significativa parcela dos crimes graves e violentos têm a participação, direta ou indireta, dos entorpecentes ilícitos:

A ameaça na insolvência no pagamento entre os cartéis movimenta todo o processo de violência que envolve o tráfico de drogas, sobrerudo, o internacional. Nos Estados Unidos, a falta de pagamento e o prejuízo causado pelas apreensões da polícia são responsáveis pela transição constante no mapa de atuação deste modal de crime organizado. Tais problemas são comuns também no Brasil, México, África do Sul. Uma calibragem global da lei de repressão seria essencial, com uma persecução criminal padronizada entre os países, recrudescendo as penas e punições, sobretudo, para oa traficantes:
Os sujeitos criminais envolvidoss são múltiplos, variados e extremamente motivados. Desde mercenários à organizações criminosas, envolvem-se de forma multifacetada, numa espécie de conclave criminoso. As gangues transnacionais também complexificam e dificultam a atuação policial neste cenário de enfrentamento. Resultam numa insurgência criminal específica, onde o resultado financeiro é, apenas, mais uma das facetas de filiação. Muitos grupos com tal estereotipo personificam padrões singulares de cultura e etnia, tornando seus integrantes ainda mais combativos e resilientes:
O envolvimento de áreas geográficas vulneráveis e complexas, como as comunidades e as favelas, também é um fator que dificulta o combate a este tipo de crime. Com áreas onde o poder do Estado é diminuto, prolifera-se uma subcultura de passividade em relação à estas práticas.

A inteligência é uma estratégia a ser estimulada e aperfeiçoada constantente. Seja dentro dos Estados (praticada pela polícia) ou fora deles (atuação dos militares), devem envolver uma simbiose de trocas interagências, já que a hierarquia estabelecida entre as facções dos cartéis não respeitam as divisas e fronteiras estabelecidas globalmente. Tal assertiva se apresenta como uma vantagem estratégica intransponível contra o enfrentamento deste modal criminoso, já que o respeito à soberania, neste caso, conspira desfavoravelmente no processo de levantamento de dados e produção de objetos de análise de informação neste imbricado processo.

As mudanças climáticas (terremotos, maremotos, secas, enchentes, tsunamis, entre outros) são um fator a ser considerado no estabelecimento de rotas comerciais e no modus operando dos narcotraficantes. As ameaças são múltiplas e híbridas, resultantes de diversos pontos travestidos (como escolas), com múltiplos modelos de atuação. A pandenia do COVID-19 estimulou o comércio das drogas no varejo, amplificando o monitoramento necessário para entender a dinâmica aplicada, do plantio ao usuário.

Economia e política também são condições correlatas e atreladas no tráfico de drogas. Esses dois fatores suportam e justificam as redes globais de atuação dos grupos criminosos. A vantagem resultante na produção elevada de recursos financeiros, livres de qualquer controle e taxação, deturpa e enviesa alguns agentes políticos. Os cartéis estão no chamado "mercado cinza", realizando lavagem de dinheiro e incrementando o envolvimento de policiais e agentes administrativos, dificultando o estabelecimento de estratégia objetivas de monitoramento e ação combativa.

O treinamento de tropas para o combate específico destes crimes é essencial. Desde técnicas especializadas supranacionais de captação de informações, passando pela interceptação de cargas e enfrentamento direto dos criminosos, os profissionais devem deter uma especial atenção acerca da criptografia envolcida no processo, bem como no armamento e na violência empregada nos confrontos. O envolvimento de mulheres, crianças e adolescentes também dificulta as ações. em virtude do impacto imagético gerado na mídia.

O diagnóstico global do narcotráfico, além de preocupante, desperta especial interesse e cuidado pelas forças de segurança locais, regionais, nacionais e supranacionais. O nível de complexidade envolvido na produção, transporte e comércio de drogas atingiu um paradigma exponencial, envolvendo bilhões de dólares e centenas de milhares de pessoas em todo mundo. O segredo para o combate eficaz e eficiente têm sido debatido em todas as vivências do CSP/23 em Los Angeles: cooperação, colaboração e integração! A interrelação e a confiança entre as forças de proteção é vital para estancarmos a proliferação deste cancro, que ceifa milhares de vidas anualmente. Governança comum entre as autoridades interessadas: caminho deve ser perseguido, exaustivamente, para que o combate surta efeitos na chamada "ponta da linha", ou seja, nos pontos de venda ilegal de drogas.

AUTORES
Maj PM Eduardo MOSNA XAVIER (Doutorando em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública e Subcomandante do 14° BPM/M)
Maj PM Ivan GONZAGA de Oliveira (Doutorando em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pelo CAES / Subcomandante do 1° BPTran)
Maj PM Valdinei ARCANJO da Silva (Doutorando em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pelo CAES / Subcomandante do 2° BPChq)

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