SWAT DE LOS ANGELES: "liderar com compaixão, servir com humildade e coragem!"
O Condado de Los Angeles possui uma unidade de pronta-resposta para incidentes críticos. A Divisão que protege os norte-americanos realiza atividades de operações e ações táticas especiais. Durante o período matutino, os Oficiais-Alunos e Delegados de 1a. Classe, divididos em 2 grupos, tiveram palestras sobre o perfil da SWAT, suas condições de seleção, treinamento e especialização profissional, bem como estruturas físicas, logísticas e, sobretudo, de doutrina de emprego. No período vespertino, visita às instalações, bem como o acompanhamento de simulações de atendimento de ocorrências marcaram o dia. Sua origem remonta um incidente de atirador ativo em universidade na década de 1970, potencializado por um grande distúrbio civil em 1994, intensificando a busca por um padrão doutrinário constante e perene.
O intercâmbio de conhecimentos marca a dinâmica que constitui a doutrina desta respeitada e importante unidade do condado. Policiais Militares do Distrito Federal já visitaram a SWAT/LA para compartilhamento de experiências. Seu criterioso processo seletivo resulta em 2 novos recrutas por ano, num universo entre 500 e 750 candidatos previamente selecionados, em sua maioria integrantes do policiamento. O treinamento e a pressão são constantes, com foco numa excelência profissional que garanta uma autonomia na tomada de decisões.
As outras alternativas táticas estão divididas em estruturas de times táticos. Procurados e pessoas embarricadas (perigosas e/ou armadas) também fazem parte da missão. São de 200 a 250 incidentes com suspeitos embarricados por ano em Los Angeles. Nos mandados de busca e apreensão, após determinar o foragido de alta periculosidade, liga-se para a polícia e confirma-se sua presença no local. Neste caso, a SWAT atua de madrugada, com o propósito de causar o efeito surpresa. Embarricados são suspeitos com qualquer tipo de armas, em local de difícil acesso. O uso das alternativas táticas se inicia pela negociação, usando estratégicas de replicar contatos de parentes, amigos e familiares com o intuito de estabelecer laços de proximidade, para uso de ações de maior agressividade, como utilização de gás, remoção parcial de pedaços do ponto de barricada e munições de elastômero preceden a invasão tática. Em crises com reféns, o posicionamento das equipes, a assunção de riscos e a oportunidade ofertada no teatro de operações, com comunicação direta entre os times no entorno do perímetro vermelho, são fundamentais para definir o uso de alternativas táticas no cenário.
O planejamento das operações envolve um minucioso trabalho de levantamento de informações, abstraindo dados acerca do local, da natureza e das características que permeiam o incidente ou o suspeito. Histórico criminal, participação em gangues, ter prestado serviço militar, emprego e relacionamento com o alvo são insumos essenciais para compor o processo decisório. Durante esta atividade, realiza-se uma ação precursora, onde será ajustado por identificação de satélites, com a determinação dos perímetros táticos, estacionamentos, pontos de contenção e isolamento e possibilidades de posicionamento dos times são exemplos de iniciativas tomadas pelos policiais que realizam essa missão.
Os incidentes críticos envolvendo reféns tem, como princípios o resgate de todos os reféns, o respeito às leis e os criminosos presos. A técnica antiga é linear, sendo que a negociação sempre conduzia para outras alternativas táticas. Hoje, a atividade tem característica paralela, ou seja, o time trabalha organicamente. Embora ocorra distância física, a troca de informações é constante. A isenção do negociador é fundamental para estabelecer o "rapport" para a solução aceitável, doutrina idêntica à brasileira, já que a própria criação do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) remonta a SWAT/LA. O uso de robos, drones e sistemas acústicos de alta distância facilitam a percepção de informações e imagens no perímetro crítico, destacando a importância dos equipamentos e das tecnologiais de informação e na gestão de incidentes críticos. Assim como ocorre nas negociações no Brasil, o tempo conspira para que a racionalidade prospere em desfavor do lado emocional, contribuindo para a construção de uma solução satisfatória para todos os atores envolvidos no teatro de operações. O negociador, neste contexto, deve avaliar as necessidades básicas do causador da crise e, empaticamente, utilizar programação nerurolinguística no processo comunicativo, pautado nas necessidades emocionai escalonadas na teoria da "pirâmide de maslow", como procedimento padrão intervencional. O uso das mídias sociais como fonte de informações sobre a vida pregressa do protagonista da crise tem, a cada dia, participado ativamente do processo negocial.
A SWAT/LA também possui uma equipe que investiga incêndios e explosões criminosas. Realizam análise de pacotes suspeitos, varreduras e solicitações, uso de robôs e outras estratégias, sempre focado na busca de uma resposta imediata. O trabalho do canil (k-9) é intenso e exaustivo. O treinamento começa após uma seleção exaustiva de linhagem. Seu emprego é vasto, sendo utilizado como apoio e suporte em todos outros times, com destaque para a detecção de drogas e explosivos, bem como a intervenção em suspeitos violentos, mantendo canis descentralizados conforme especialidade de emprego.
O planejamento das operações envolve um minucioso trabalho de levantamento de informações, abstraindo dados acerca do local, da natureza e das características que permeiam o incidente ou o suspeito. Histórico criminal, participação em gangues, ter prestado serviço militar, emprego e relacionamento com o alvo são insumos essenciais para compor o processo decisório. Durante esta atividade, realiza-se uma ação precursora, onde será ajustado por identificação de satélites, com a determinação dos perímetros táticos, estacionamentos, pontos de contenção e isolamento e possibilidades de posicionamento dos times são exemplos de iniciativas tomadas pelos policiais que realizam essa missão.
Realmente percebe-se que a doutrina das ações táticas especiais e operações especiais no Estado de São Paulo se baseou numa elite de emprego policial para gerenciar crises. A SWAT/LA têm diversas similaridades com o 4° e 5° BPChq, comprovando que a simbiose de competências entre Brasil e Estados Unidos continua firme e forte, contribuindo para o engrandecimento e evolução das polícias em ambas as nações. O juramento do integrantes destes times resume sua capacidade, combatividade, resiliência e qualidade: "serei sempre profundamente honesto, trabalhando o mais arduamente possível e aprendendo o máximo que posso para fazer a diferença na vida das pessoas!"
AUTORES
Maj PM Eduardo MOSNA XAVIER (Doutorando em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública e Subcomandante do 14° BPM/M)
Maj PM Ivan GONZAGA de Oliveira (Doutorando em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pelo CAES / Subcomandante do 1° BPTran)
Maj PM Valdinei ARCANJO da Silva (Doutorando em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pelo CAES / Subcomandante do 2° BPChq)